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O trágico 7 de outubro de 2023 teve origem no regime do Irã. O Hamas e aliados fizeram o ataque total do sul, do norte, de dentro, com possível incursão de países vizinhos. Era o fim de Israel. Não foi: ‘am Yisrael Chai.

A intifada global levou milhares às ruas para as mais loucas manifestações antissemitas desde o Holocausto. A memória do bebê Kfir Bibas e sua família seja lembrada pra sempre.

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Nunca entenderei tanto ódio contra os judeus. Tudo que envolve os judeus causa reação irracional e fúria desenfreada. O mais insano é que muitos que odeiam os judeus afirmam crer num Jesus judeu, veneram santos judeus (São Paulo, São Pedro, Santa Maria), respeitam profetas judeus (Abraão, Moisés, Issa), afirmam teorias econômicas de judeus (von Mises), seguem propostas sociais inspiradas em judeus (Marx), amam ciências e artes marcadas por tom judaico (Sabin, Einstein, Freud, Clarice, Spielberg).

O que fizeste, Israel? Por que um simples kipá causa tanta ira? Vieste ensinar ética, fé, liberdade e amor à vida, Jacó? Não és nosso pai da civilização e da fé nosso mais velho irmão? Foi esse teu crime? Como esconder tuas virtudes que nos formaram a alma e pensar que és o veneno do mundo?

Mas, tu és culpado, Israel. Como ousaste nos dar teus estranhos mandamentos? Que história é essa de “não matarás”? Por que desafiaste a opressão e o homicídio? De onde tiraste o descanso sabático para proteger escravos e humanizar a vida? Éramos felizes com a barbárie e vieste nos incomodar.

Sabe o rabino da Galileia? Dele fizemos Nosso Senhor. Ele nos encantou ao nos ensinar os inimigos amar. Mas com a barbárie, todo ódio iremos a ti voltar! Oh, Israel, nem podemos nos explicar. O louco ódio nos fez ao próprio Criador rejeitar.

Só que, curioso, Jacó, tuas poesias sacras fui espreitar, e ali a barbárie veio a desmoronar: “Não temas, bichinho de Jacó, nem vós, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o SENHOR; o teu redentor é o Santo de Israel” (Isaías 41.14).

Será que podes me perdoar? Pelo ódio religioso? O rancor étnico horroroso? E por te condenar por tua terra, refúgio honroso?

É, Jacó, o ódio doente nunca entenderei, mas por me livrares da barbárie e pelo Livro Sagrado sempre te agradecerei.

Luiz Sayão é hebraísta, teólogo, linguista, tradutor bíblico e pastor da Igreja Batista Nações Unidas.