A inovação no campo da edição genética mais próxima de se tornar um produto comercial é a tilápia “turbinada”. A Brazilian Fish, em parceria com o Center for Aquaculture Technologies (CAT), dos Estados Unidos, desenvolve desde 2024 um projeto de edição gênica para criar uma tilápia do Nilo com alto rendimento de filé.
Com a edição gênica, os pesquisadores neutralizam a ação de um gene que regula a miostatina, proteína que limita o desenvolvimento muscular. Uma das metas é aumentar em até 40% o rendimento de carne por peixe. Os pesquisadores também pretendem reduzir o tempo de cultivo em 20% e melhorar a conversão alimentar em 15%.
Imaflora cria certificação de carne sem desmate e já tem parceria com chineses
Segundo Ramon Amaral, o principal executivo da Brazilian Fish, uma tilápia demora 11 meses do nascimento ao abate. O peixe come de 1,6 quilo a 1,7 quilo para gerar 1 quilo de carne. E o rendimento da carcaça é de 33%, ou seja, uma tilápia de 1 quilo rende 330 gramas de carne. “Com a edição gênica, a tilápia vai comer 20% menos para ter o mesmo rendimento. Crescendo com mais rapidez, o tempo de cultivo pode ser de dois a três meses menor. O produto pode chegar ao consumidor custando 30% menos”, afirma. “É uma redução significativa.”
Os primeiros animais com edição gênica nasceram em janeiro deste ano, e os filhotes dessa primeira geração de tilápias editadas devem nascer no primeiro trimestre de 2026. A partir dessa geração, os pesquisadores saberão se a mudança genética será transmitida e com que frequência. Se houver sucesso, diz Amaral, a tilápia com edição gênica pode se tornar produto comercial em dois anos.
Publicidade
Fonte/Créditos: Por Cibelle Bouças — Belo Horizonte (MG)
Créditos (Imagem de capa): Foto: Metmiku Yohanes Mena/Pexels
Comentários: