O regime iraniano, enfraquecido por uma série de derrotas estratégicas recentes, busca reposicionar sua narrativa no cenário internacional ao rotular o cessar-fogo no conflito com Israel como uma vitória palestina e uma derrota para o Estado judeu. O governo de Teerã, liderado pelo aiatolá Ali Khamenei, tenta projetar uma imagem de força em meio a revezes políticos e militares importantes.
Em comunicado oficial, a Guarda Revolucionária do Irã declarou que o término do conflito representa “uma grande vitória para a Palestina e uma derrota esmagadora para o regime sionista”. O próprio Khamenei, em sua conta na rede social X, afirmou que “a paciência do povo palestino e a resistência das forças da Frente de Resistência forçaram o regime sionista a recuar”.
sa retórica ocorre em um momento de fragilidade para o Irã na região. Após uma série de ataques israelenses, que incluíram operações em território libanês contra o Hezbollah e a neutralização de milícias pró-iranianas no Iraque, o país enfrenta uma redução drástica de sua influência geopolítica. Além disso, a queda do regime de Bashar al-Assad na Síria eliminou um de seus principais aliados estratégicos no Oriente Médio.
Entre as humilhações sofridas, destaca-se o assassinato de Ismail Haniyeh, figura-chave do Hamas, em Teerã, bem como uma ofensiva aérea israelense que paralisou sistemas de defesa iranianos após ataques diretos de mísseis lançados por Teerã contra Israel.
A tentativa do regime de reinterpretar os eventos como uma vitória ocorre em meio à crescente pressão interna e externa. A incapacidade de manter aliados regionais e as derrotas em confrontos diretos demonstram a fragilidade do Irã em sustentar seu projeto expansionista, o que pode impactar diretamente sua postura diante de futuras negociações internacionais.
Israel avalia ataque ao Irã em 2025, diz analista
O jornalista Yonah Jeremy Bob, em artigo no Jerusalem Post, explora cenários de um ataque israelense ao programa nuclear do Irã em 2025, enfatizando a crescente vulnerabilidade do regime de Teerã. Após a destruição dos sofisticados sistemas de defesa aérea S-300 iranianos em 2024, uma operação antes arriscada tornou-se viável, com Israel consolidando superioridade militar.
Bob destaca que a desarticulação de aliados iranianos na região, como Hezbollah e Hamas, enfraqueceu a capacidade de retaliação de Teerã. O apoio explícito do presidente eleito dos EUA, Donald Trump, também é apontado como fator crucial, com promessas de fornecer bombas bunker-buster para facilitar a missão israelense.
Entre as opções operacionais, o jornalista sugere ações específicas, como a adaptação de estratégias usadas em Masyaf, na Síria, para atacar instalações nucleares iranianas, incluindo Fordow. O tempo, segundo Bob, é o elemento decisivo para determinar o desfecho, com Israel avaliando quanto mais pode esperar antes de agir.
Fonte/Créditos: Alexandre Borges / O Antagonista
Créditos (Imagem de capa): Foto: IRNA
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