Investidores foram surpreendidos por redução maior que a esperada pelo Copom e com protagonismo de Roberto Campos Neto na decisão
A quinta-feira será de reação do mercado financeiro aos novos juros básicos da economia brasileira em 13,25% a.a., após decisão dividida do Copom (Comitê de Política Monetária). As expectativas para o início do ciclo de cortes da Selic eram majoritaramente voltadas para um redução de 0,25 p.p. na taxa, tanto no que diz respeito à precificação da curva de juros futura quanto nas opções de Copom negociadas na B3.
A definição de um patamar de corte mais agressivo (-0,50 p.p.) foi inesperada e contou com um comoponente ainda mais surpreendente. O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, criticado duramente por Lula e apoiadores do governo por ser o responsável pelo patamar mais alto dos juros no país, foi o voto que definiu a magnitude da redução da Selic. O colegiado encontrava-se perfeitamente dividido em quatro votos para cada grupo até Campos Neto dar o voto de minerva por uma Selic de 13,25% a.a..
A resolução do presidente da autoridade monetária atinge dois objetivos importantes para a política monetária: esvazia o proselitismo petista contra a autonomia do BC e, como consequência, deve retirar prêmio adicionado à curva em função da insegurança provocada pelo governo Lula com os ataques constantes à autoridade monetária.
A expectativa de hoje, no entanto, fica por conta do tamanho do ajuste que os vencimento mais curtos da curva de juros sofrerão. O comunicado do Copom ontem foi cuidadoso na tentativa de ancorar as estimativas das novas reduções em 50 pontos base nas próximas reuniões, a ideia é evitar um otimismo exacerbado pelos agentes financeiros após o início do ciclo de cortes em maior velocidade que a antecipada.
A Bolsa de Valores de São Paulo deve reagir positivamente à surpresa na magnitude dos juros. Empresas do setor de consumo discricionários e de menor capitalização devem recebero os melhores impulsos. Além disso, os resultados corporativos continuam a movimentar o mercado acionário.
A atenção dos investidores deve ficar voltada para os números de Petrobras e Bradesco após o pregão, enquanto Ambev apresenta o balanço do 2º trimestre antes da abertura da sessão. Também hoje serão conhecidas as performances de Cemig, Alpargatas, Fleury e Lojas Renner.
No exterior, as bolsas permancem em modo de aversão a risco, de olho nos indicadore econômicos e nas chances de uma recessão global. No campo das commodities, o minério de ferro recua mais de 2,5% em Singapura, cotado a US$ 101,10 a tonelada. O petróleo também é negociado em queda (-0,11%), a US$ 83,10 o barril do tipo Brent.
Fonte/Créditos: Rodrigo Oliveira
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