O deputado federal Luiz Lima (Novo-RJ) afirmou nesta quinta-feira (23) que um esquema de desvio de recursos envolvendo sindicatos, empresas de consultoria e membros do governo Lula trouxe prejuízos significativos aos cofres públicos.
O pronunciamento ocorreu durante a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga a roubalheira no INSS.
Lima se dirigiu à médica e empresária Thaisa, 19ª depoente na comissão, destacando a “oportunidade de ouro” para esclarecer supostas irregularidades.
Segundo o parlamentar, o esquema envolveria figuras ligadas à Confederação Nacional dos Agricultores Familiares e Empreendedores Familiares Rurais (Conafer), como Cícero Marcelino de Souza Santos, além de nomes associados ao Sindicato Nacional dos Aposentados, Pensionistas e Idosos (Sindnapi), ligado a José Ferreira da Silva, o Frei Chico.
“O silêncio pode ser um trunfo que essas pessoas esperam de responsáveis por empresas que foram criadas para prestar serviços incompatíveis com o número de pessoas atreladas a esses sindicatos”, disse o deputado.
Lima também mencionou que a Curitiba Consultoria, ligada à depoente, recebeu valores de R$ 3 a 6,7 milhões de empresas com conexões ao esquema, incluindo a Prospect Consultoria e a World Cannabis, ligadas ao lobista Antonio Carlos Camilo Antunes, o Careca do INSS, um dos principais alvos da investigação.
O deputado não poupou críticas à atuação de membros do governo Lula (PT), citando, de forma específica, o filho do ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski que teria prestado serviços jurídicos a sindicatos investigados, e Virgílio Antônio Ribeiro de Oliveira Filho, marido da depoente, apontado como recebedor de propina pela Polícia Federal (PF).
Virgílio também depõe na oitiva desta quinta.
“É muito grave. Esses recursos foram desviados de aposentados, que pediram ajuda para atividades simples, como visitar o Cristo Redentor. É difícil acreditar no silêncio da senhora”, afirmou Lima, enfatizando que a comissão representa a população brasileira e não apenas o ambiente político.
Além das acusações, o parlamentar fez questão de contextualizar os cargos e responsabilidades das pessoas envolvidas, criticando a atuação de procuradores federais e ex-assessores da Presidência da República. Para ele, os fatos expostos indicam um padrão de atuação repetitivo, semelhante em diferentes sindicatos, que justificaria investigação aprofundada.
Fonte/Créditos: Mael Vale/Diário do Poder
