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Mundo - Entenda o caso dos astronautas presos no espaço

O retorno seguro de Butch Wilmore e Suni Williams encerra um dos episódios mais desafiadores da história recente da NASA

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Astronautas "presos no espaço" dão um passeio espacial. Créditos: depositphotos.com / BiancoBlue

 

Na madrugada de 18 de março de 2025, os astronautas da NASA Butch Wilmore e Suni Williams finalmente deixaram a Estação Espacial Internacional (ISS) rumo à Terra, encerrando uma das estadias mais longas e inesperadas da história recente da exploração espacial.

O que deveria ser uma missão de apenas oito dias se transformou em uma permanência de nove meses. O incidente evidenciou não apenas os riscos envolvidos em missões tripuladas, mas também as dificuldades da Boeing em consolidar sua participação no programa espacial norte-americano.

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O resgate realizado pela SpaceX reforçou a importância da redundância nas operações da NASA, garantindo que, mesmo diante de falhas, a segurança dos astronautas seja priorizada.

O Que Deu Errado com a Starliner?

A missão teve início em 5 de junho de 2024, quando Wilmore e Williams decolaram a bordo da cápsula Starliner, da Boeing.

O objetivo era validar o desempenho da nave em um voo tripulado para futuras missões. No entanto, falhas surgiram já no trajeto até a ISS: vazamentos de hélio no sistema de propulsão foram detectados, e cinco dos 28 propulsores apresentaram defeitos, comprometendo a capacidade da nave de realizar manobras seguras de reentrada na atmosfera.

Não foi a primeira vez que a Starliner enfrentou dificuldades.

Em 2019, um teste não tripulado falhou devido a um erro de software que colocou a nave na órbita errada. Problemas nas válvulas de combustível impediram um segundo teste em 2021.

Com esse histórico problemático, a NASA optou por não arriscar o retorno dos astronautas a bordo da Starliner, postergando a decisão sobre seu destino.

O Plano de Resgate da SpaceX

Diante da impossibilidade de usar a Starliner para o retorno de Wilmore e Williams, a NASA recorreu à SpaceX, que opera a confiável cápsula Crew Dragon.

A solução envolveu uma reorganização das missões seguintes: a Crew-9 foi enviada à ISS em setembro de 2024 com apenas dois tripulantes, deixando espaço para que Wilmore e Williams pudessem retornar no futuro.

A missão Crew-10, lançada em março de 2025, levou novos astronautas à ISS, permitindo que Wilmore e Williams finalmente deixassem a estação a bordo da Crew Dragon Freedom.

O desacoplamento ocorreu às 2h da manhã (horário de Brasília) desta terça, 18 de março, com o pouso na costa da Flórida previsto para as 18h57 do mesmo dia.

Os Riscos da Estadia Prolongada

A permanência por nove meses no espaço trouxe desafios físicos e psicológicos para os astronautas.

A microgravidade pode causar perda de massa óssea e muscular, bem como impactos no sistema cardiovascular.

Para minimizar os efeitos adversos, Wilmore e Williams seguiram uma rotina rigorosa de exercícios físicos e participaram de atividades de bem-estar mental.

Além disso, o isolamento e a incerteza sobre o retorno adicionaram um componente emocional à missão.

Ambos mantiveram contato regular com suas famílias, que enfrentaram o desafio da distância prolongada.

Wilmore destacou o suporte de sua esposa Deanna na gestão da rotina familiar durante sua ausência, enquanto Williams contou com o apoio de seu marido Mike e de seus dois labradores.

O Impacto para a Boeing e o Futuro da Exploração Espacial

A falha da Starliner representa um grande revés para a Boeing, que já vinha enfrentando dificuldades no setor aeroespacial.

O programa Starliner sofreu atrasos e custos adicionais superiores a US$ 1 bilhão, comprometendo a confiança na capacidade da empresa de fornecer um transporte confiável para astronautas.

Por outro lado, a SpaceX solidificou ainda mais sua posição como principal parceira da NASA para missões tripuladas.

A Crew Dragon provou ser uma solução flexível e segura, reafirmando a eficiência da empresa de Elon Musk em operações espaciais complexas.

O caso também reforça a necessidade de redundância no programa espacial dos EUA. A existência de diferentes fornecedores de naves tripuladas permite que falhas sejam contornadas sem comprometer a segurança dos astronautas.

 

O retorno seguro de Butch Wilmore e Suni Williams encerra um dos episódios mais desafiadores da história recente da NASA.

O caso Starliner é um alerta para a indústria aeroespacial: avanços tecnológicos precisam ser acompanhados de testes rigorosos e planos de contingência robustos.

A história de Wilmore e Williams destaca a resiliência dos astronautas e a importância de um programa espacial bem estruturado, que coloque sempre a segurança e o sucesso das missões em primeiro lugar.

Fonte/Créditos: Alexandre Borges / O Antagonista

Créditos (Imagem de capa): Créditos: depositphotos.com / BiancoBlue

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