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Vídeo - Narrativas Antagonista - Entenda por que o programa Pena Justa foi apelidado de “meu bandido, minha vida”

E, como sempre, as críticas são desqualificadas sob o argumento de que se trata de um programa "humanitário".

Vídeo - Narrativas Antagonista - Entenda por que o programa Pena Justa foi apelidado de “meu bandido, minha vida”
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Arte: O Antagonista

  • O governo federal lançou o programa “Pena Justa” com o objetivo, segundo seus defensores, de reformular a política prisional brasileira. O nome é atraente. Afinal, quem seria contra penas justas? Mas, quando se olha o conteúdo, a proposta se revela um projeto que pode significar uma política de celas abertas e sem nem tornozeleira.

O programa é feito em conjunto entre o Ministério da Justiça e o Pode Judiciário. A justificativa oficial é a necessidade de conter injustiças no sistema prisional e, supostamente, reduzir a violência como um todo. O raciocínio apresentado é que o endurecimento penal e o aumento das prisões levaram a um crescimento das facções criminosas. Assim, segundo essa lógica, se o estado prender menos e facilitar a soltura, a violência diminuiria.

O problema é que essa tese não resiste a um exame básico da realidade. O Brasil é um país onde 61% dos homicídios não são solucionados. Isso significa que a grande maioria dos assassinos sequer é presa, o que torna difícil sustentar a ideia de que há um excesso de encarceramento. A superlotação carcerária não é resultado de uma suposta punição exagerada, mas da incapacidade do Estado de construir presídios suficientes para comportar quem deveria estar atrás das grades.

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Entre as medidas previstas no programa estão mutirões para revisão de penas. Até aí, tudo bem. Mas a proposta inaugura uma imposição de cotas para a contratação de ex-detentos em empresas prestadoras de serviço para o governo. Isso significa que qualquer empresa que deseje fazer contratos com o setor público será obrigada a empregar um percentual de ex-presidiários. Isso inclui, por exemplo, prestação de serviços em escolas.

 

A proposta também prevê a equiparação entre o número de vagas e o número de presos. Mas, ao invés de construir mais vagas, a solução apresentada é simplesmente soltar os detentos até que a equação feche. Se há mais presos do que vagas, solta-se quem for necessário.

O cientista político Adriano Gianturco resumiu bem a questão: “Em vez de criar mais vagas, a solução do governo é soltar presos”. O senador Sergio Moro, que já foi alvo de ameaças do crime organizado quando era ministro da Justiça, criticou duramente o programa, assim como outros parlamentares da oposição. O deputado Kim Kataguiri foi além e apelidou o programa de “Meu Bandido, Minha Vida”, em uma referência irônica ao programa habitacional do governo federal.

Enquanto o país enfrenta um aumento da sensação de insegurança, com a população recorrendo ao linchamento em crimes chocantes, o governo propõe um plano que ignora a realidade da impunidade e do fortalecimento do crime organizado. E, como sempre, as críticas são desqualificadas sob o argumento de que se trata de um programa “humanitário”. Mas a questão é: humanitário para quem? Para os criminosos ou para as vítimas que seguirão desprotegidas?

vítimas que seguirão desprotegidas?

 
 

Fonte/Créditos: Madeleine Lacsko / O Antagonista

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