Quatro agências estão na disputa final, três das quais possuem vínculos com escândalos envolvendo o Partido dos Trabalhadores (PT) no passado.
A licitação ocorre em um momento de crise financeira para a estatal, que encerrou 2024 com um prejuízo de R$ 3,2 bilhões.
Entre as agências finalistas estão a Cálix Comunicação e Publicidade Ltda, a Filadélfia Comunicação, a Puxe Comunicação e a Jotacom Comunicação.
A Cálix, que lidera a competição, tem como dono Marcello Oliveira Lopes, ex-assessor do governador petista Agnelo Queiroz e citado em um escândalo de interceptação ilegal de e-mails. A Filadélfia, em segundo lugar.
Como mostrou a Coluna Cláudio Humberto do Diário do Poder, enrolado no Mensalão, José Roberto Moreira de Melo afirmou em áudio enviado aos filhos que é o verdadeiro dono da agência de propaganda Filadélfia, que ele chama de “minha empresa”, caracterizando como “laranjas” a enteada e o marido, os controladores oficiais da agência.
Erica Fantini Santos e Rodrigo Rocha negam enfaticamente serem “laranjas”, citando em nota “registros legais” e trajetória “construída de forma ética e transparente”.
A Puxe Comunicação, também finalista, é de Francisco Diniz Borges Simas, filho de Cláudio Diniz Simas, condenado por improbidade administrativa na década de 1990, em um caso relacionado a um ex-prefeito petista.
As agências citadas negam envolvimento com escândalos atuais e afirmam que suas gestões são independentes e éticas. A licitação está em fase de análise de recursos das agências desclassificadas, o que pode atrasar a definição das vencedoras.
A crise financeira dos Correios, agravada por um rombo de R$ 424 milhões em janeiro de 2025, reflete o cenário de dificuldades enfrentado pela estatal desde que o presidente atual, Fabiano Silva dos Santos, assumiu o cargo.
Apesar de o contrato de publicidade ser importante para as finanças da estatal, ele ocorre em um contexto de restrições orçamentárias.
Em 2022, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) decidiu não renovar os contratos anteriores de publicidade dos Correios, por entender que não havia justificativa para gastar com uma empresa pública tão presente no país.
Com 37 participantes no processo licitatório, as quatro agências finalistas não estão entre as maiores do setor publicitário, conforme ranking da revista Meio & Mensagem.
Entre as 33 desclassificadas, estão grandes nomes do mercado como Propeg, Artplan, Ogilvy e DPZ, o que levanta questionamentos sobre a seleção das agências.
Fonte/Créditos: Mael Vale / Diário do Poder
Créditos (Imagem de capa): (Foto: Marcos Oliveira/Agência Senado).