Scott Bessent, indicado por Donald Trump para liderar a economia americana, enfrentou uma sabatina acalorada no Senado nesta quinta-feira, 16, reafirmando o compromisso da nova administração em usar tarifas, sanções e desregulamentação para impulsionar a economia dos Estados Unidos.
Durante a audiência, Bessent defendeu a prorrogação dos cortes de impostos aprovados por Trump em 2017, que expiram em 2025, classificando a medida como “a questão econômica mais importante do momento”. Ele advertiu que, sem a renovação, o país enfrentará uma “calamidade econômica”, com os maiores impactos recaindo sobre as classes média e trabalhadora.
Um dos momentos mais tensos ocorreu quando o salário mínimo foi discutido. O senador socialista Bernie Sanders destacou que o valor federal, congelado em US$ 7,25 por hora desde 2009 (cerca de R$ 35,50 por hora ou R$ 6.200 mensais para 40 horas semanais), está muito abaixo das necessidades atuais. Ele defendeu sua proposta de elevação para US$ 17 por hora até 2028 (aproximadamente R$ 83,30 ou R$ 14.500 mensais).
Bessent, no entanto, argumentou que a decisão deve ser estadual, não federal. “Cada região tem custos de vida diferentes, e uma abordagem única pode ser prejudicial para algumas economias locais”, afirmou.
Bessent também sinalizou uma postura dura contra adversários internacionais, prometendo ampliar sanções econômicas, especialmente ao setor petrolífero russo, como parte de uma estratégia para encerrar a guerra na Ucrânia.
“Se Trump solicitar, apoiarei sanções ainda mais severas às grandes petroleiras russas para trazer Moscou à mesa de negociações”, afirmou. A declaração gerou impacto imediato no mercado, elevando o preço do barril de petróleo Brent para US$ 81 (cerca de R$ 400).
Além disso, Bessent destacou que a nova administração continuará restringindo exportações para a China em áreas estratégicas, como semicondutores e inteligência artificial, para proteger a segurança nacional americana.
Outro ponto levantado pelo indicado foi a deterioração fiscal dos EUA. Bessent alertou que a capacidade de endividamento do Tesouro pode ser insuficiente para responder a crises futuras, como fez em momentos históricos, incluindo a pandemia de Covid-19.
Fonte/Créditos: Alexandre Borges / O Antagonista
Créditos (Imagem de capa): Foto: Reprodução
Comentários: