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CUSTOS OCULTOS - Mudanças no sistema agroalimentar brasileiro podem poupar US$ 427 bilhões anuais

Agência da ONU analisou 156 países e revela que o Brasil possui iniciativas-modelo para uma produção global mais sustentável

CUSTOS OCULTOS - Mudanças no sistema agroalimentar brasileiro podem poupar US$ 427 bilhões anuais
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Redação

alimentos - banco mundial
Foto: Pixabay

Um relatório da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO), aponta que o custo oculto dos sistemas agroalimentares globais é de US$ 12 trilhões por ano.

Esse valor diz respeito às despesas e benefícios relacionados à produção, distribuição e consumo de alimentos.

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Na economia, os custos ocultos, também chamados de invisíveis, não se refletem nos preços de mercado. Por isso, o estudo da agência da ONU especifica os gastos gerados pelos sistemas agroalimentares em três níveis: ambiental, social e saúde.

 

Redução no Brasil

No caso brasileiro, a transformação dos processos de produção agrícola poderia evitar custos de até US$ 427 bilhões anualmente. O representante da FAO no Brasil, Jorge Meza, relata como essas despesas estão relacionadas aos sistemas agroalimentares.

“Os custos ocultos estão associados à poluição do ar, da água e do solo, aos problemas para a saúde individual ou pública, gerados pela qualidade da alimentação ou, também, pela diminuição da capacidade de geração de renda de pessoas que estão em situação de subalimentação”, afirma.

Despesas nos sistemas agroalimentares

Grande parte das despesas brasileiras geradas nos sistemas de produção agroalimentar é oriunda da dimensão ambiental, somando aproximadamente US$ 294 bilhões anuais, resultado da emissão e escoamento de nitrogênio, de gases poluentes e das mudanças no manejo da terra.

Já as dietas desequilibradas, relacionadas às doenças cardíacas e diabetes, provocam custos de US$ 130 bilhões, enquanto aspectos sociais, como subalimentação e pobreza dos produtores rurais, causam gastos de US$ 3 bilhões.

A alimentação insuficiente não chega a ser considerada um problema crítico entre os produtores rurais, pois atinge uma pequena parcela de trabalhadores no campo. Mesmo assim, o quadro exige seriedade e estratégias por parte dos gestores governamentais.

“Uma das políticas públicas é apoiar o agricultor familiar com insumos produtivos, com conhecimento e crédito para que ele possa desenvolver sua atividade e alcançar os níveis de entendimento que satisfaçam sua alimentação básica”, avalia Meza.

Análise em 156 países

O estudo da FAO analisou 156 países e mapeou as políticas públicas que, ao serem elaboradas, consideraram os custos invisíveis dos sistemas agroalimentares.

No Brasil, o Código Florestal e o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) foram citados como iniciativas-modelo para um futuro global mais sustentável. O PAA resultou em um aumento de 13% no valor da produção dos agricultores familiares participantes da iniciativa, contribuindo também para a vida de milhões de estudantes brasileiros.

“Este programa também teve um impacto na redução dos custos ocultos de saúde, pois se constituiu em uma importante fonte de alimento saudável para crianças com insegurança alimentar e mostrou que o programa aumenta a frequência da assistência escolar”, afirma o representante da FAO no Brasil.

Fonte/Créditos: João Nogueira

Créditos (Imagem de capa): Foto: Pixabay

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