
A líder oposicionista venezuelana e vencedora do prêmio Nobel da paz, Maria Corina Machado, deixou clara, em entrevista recente concedida ao jornal O Globo, seu degrado quanto às tentativas de Lula de dialogar com o presidente americano, Donald Trump, a respeito da Venezuela:

A líder opositora assegurou que qualquer negociação com o ditador Nicolás Maduro deve ter como ponto de partida a vitória que a oposição obteve no pleito pela Presidência de 28 de julho de 2024.
“Todo o resto é inaceitável, e definitivamente inaceitável se vem de um mandatário que diz ser democrático [em referência a Lula].
María Corina acusou ainda os governos do Brasil e da Colômbia de terem dado tempo a Maduro para “realizar uma das piores escaladas de violência no país“, nos últimos 15 meses.
– Maduro deve entender que, pelo seu próprio bem, sua melhor opção é facilitar uma transição pacífica. O ponto de partida é a saída Maduro – insistiu a líder opositora vencedora do Prêmio Nobel da Paz.
María Corina defende a pressão militar americana sobre seu país com objetivo de tirar o chavismo do poder. Dentro da Venezuela, no entanto, alguns oposicionistas como o ex-candidato a presidente Henrique Capriles, entre outros, dialogam com o Palácio de Miraflores e com o próprio Maduro, o que é visto como María Corina e seu grupo como traição.
“Nós ganhamos a eleição, e não apenas a última. Nos atacam, nos reprimem, nos prendem. Tivemos 17 tentativas de diálogo, e Maduro sempre violou seus compromissos. Quem começou a guerra foi Maduro” – diz María Corina
“Questionam a invasão pelos EUA, mas ninguém fala dos russos, iranianos, chineses e cubanos que estão atuando dentro de nosso país. A invasão já existe, e pedimos o apoio do presidente Trump para acabar com essa guerra iniciada por Maduro” – enfatizou a líder opositora.
Ao ser perguntada sobre sua interação com Washington, María Corina não negou contatos com autoridades americanas, mas disse que uma regra fundamental de sua equipe é nunca vazar o conteúdo das conversas e com quem elas acontecem, a menos que o outro lado peça que isso seja informado:
“Acreditar que as agências dos EUA devem recorrer a fontes externas é, como mínimo, subestimá-las. Nós não comentamos quando temos reuniões com outros governos. Essa é a maneira de manter a confiança. Os membros de nossas equipes não declaram sobre seus encontros. Em nossas equipes não há vazamentos”.
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Fonte/Créditos: Redação O Antagonista

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