O relator do processo, deputado Paulo Magalhães (PSD-BA), apresentou na semana passada seu parecer recomendando a cassação do mandato como punição para seu colega fluminense. Mas a votação foi adiada por um pedido de vista do deputado Chico Alencar (PSOL-RJ), após uma sessão marcada por embates e uma forte presença de apoiadores de Glauber Braga.
São quatro os tipos de punição que o Conselho de Ética pode impor ao caso: censura escrita ou verbal, suspensão de prerrogativas regimentais por seis meses, suspensão do mandato parlamentar por seis meses, e perda de mandato. Sendo estas duas condenações mais duras dependentes da aprovação pelo Plenário da Câmara.
Agressão
O militante agredido participava de manifestação de apoio a motoristas de aplicativo, durante o debate de proposta que regulamenta a profissão (PL 12/24). E foi perseguido e agredido por Glauber Braga, após o membro do MBL xingar sua mãe.
Além classificar como totalmente desproporcional a violência física cometida pelo deputado em resposta à ofensa verbal do membro do MBL, o relator citou que Glauber Braga teria apresentado “comportamento incompatível” com o mandato de parlamentar em outras ocasiões, incluindo ataques ao então presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL). “São notórios insultos por ele proferidos contra pelo menos dois ex-presidentes. Há de se notar que o deputado Glauber Braga despreza totalmente a figura do representante da Câmara”, disse o relator.
E o deputado acusado reagiu afirmando que seu voto já seria conhecido no início dos trabalhos, sugerindo que quem escreveu o seu relatório foi Lira. Além disso, criticou Magalhães por se abster de votar no processo que pedia a cassação do deputado Chiquinho Brazão (sem partido-RJ), preso pela acusação de ser um dos mandantes do assassinato da vereadora Marielle Franco (PSOL), em 2018.
Fonte/Créditos: Davi Soares
Créditos (Imagem de capa): (Foto: Zeca Ribeiro/Câmara dos Deputados).