Não gosto de escrever, repetidamente e em curto espaço de tempo, sobre o mesmo tema ou a mesma pessoa. A mim me cansa e, creio, também ao leitor. Mas Lula é, costumeiramente, implacável em me desafiar, já que produz motivos às pencas para minhas críticas nem sempre muito gentis.
Já escrevi duas colunas, recentemente, sobre sua viagem à Nova York e seus discursos na ONU. Já escrevi, também, sobre a nova onda de ataques, dele e de seu comparsa, José Dirceu, a Israel. E cá estou, outra vez, pelos mesmos motivos, mas com questões diferentes. É que Lula se supera nos atos e nas palavras.
Nos últimos dias, este senhor e sua turba culparam os bolsonaristas pelas queimadas no Brasil. Disseram que Israel é colonialista, genocida, condenado pelo mundo, assassino serial etc. Culparam a Ucrânia pela invasão russa, defenderam a ditadura cubana e proclamaram-se líderes (mas… do quê?).
E tome blá blá blá
Lula também anunciou o fim do mundo. Falou em furacões no Caribe, tufões na Ásia, queimadas na Europa e seca na África, como se tais fenômenos climáticos, ainda que sabidamente mais frequentes e severos, não existissem desde que a Terra é a Terra. Ah! Voltou a falar em fome mundial, é claro.
A alma mais honesta deste país também assumiu de vez o papel de propagandista vendedor do tal Sul Global, a solução, segundo ele, para todos os males. Ou o mundo nos trata – quem vive na linha e abaixo do Equador – bem e com respeito, e transfere bilhões de dólares anuais para governantes incompetentes e corruptos, ou já era.
De inédito, a investida – justa, por sinal – contra a própria Organização das Nações Unidas, palco de militantes, ditadores, terroristas e políticos populistas. Para Lula, a solução é uma urgente e ampla reforma da entidade, uma espécie de “constituinte”. Fico imaginando os nomes desses reformistas: Celso Amorim, Maduro, Putin.
Block é a solução
O presidente carregou consigo cerca de 100 convivas aos EUA. O custo da viagem deve ultrapassar facilmente a casa de um milhão de reais. A toda-poderosa primeira-dama viajou antes, acompanhada, e seus gastos estão sob sigilo. Lula ficou bravinho com a organização da ONU, discutiu com seguranças de Biden e reclamou de tudo e de todos.
Só não reclamou da Venezuela e de Maduro, sobre quem não proferiu uma mísera palavra. Nem se lembrou dos brasileiros subjugados pelo Hamas e o Hezbollah, em Gaza e no Líbano. Quando voltar, dirá que deu uma “enquadrada” nos Estados Unidos e na Europa, e que irá acabar com a guerra na Ucrânia. Além de maldizer Israel, para não variar.
Alexandre de Moraes enquadrou Elon Musk, bloqueando o X e infernizando a vida de mais de 20 milhões de brasileiros. Um dos motivos foi a recusa da rede social em bloquear perfis que disseminam desinformação e fake news. Xandão deveria bloquear Lula também. A atenuante, neste caso, é que 20 milhões de pessoas, no mínimo, não iriam perceber.
Fonte/Créditos: Ricardo Kertzman / O Antagonista
Créditos (Imagem de capa): Fellipe Sampaio /SCO/STF
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